Painel realizado no dia 23 de maio, em Belo Horizonte, destacou o potencial das práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), no que tange a regulação e o novo marco legal.
O Comitê Nacional de Qualidade da ABES – CNQA, que promove do Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento – PNQS teve um painel no 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA) – o Congresso ABES, realizado de 21 a 24 de maio, no Expominas, em Belo Horizonte/MG. Com o tema “Melhorias na Gestão pautada por Práticas do ESG, os reais ganhos”, o debate destacou o potencial das práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG), no que tange a regulação e o novo marco legal, no segundo dia de trabalhos do evento.
O mercado de capitais e de consumidores, governos e reguladores, exigem, cada vez com mais ênfase, alta performance ESG. A excelência na gestão ESG para obter esses resultados, passa a ser condição essencial para atrair investimentos, fidelizar clientes e atender a regulação. Os altos investimentos no saneamento ambiental nos próximos 10 anos, para alcançar a universalização serviços de saneamento, certamente serão canalizados para empresas comprometidas com resultados de ESG de 2ª geração – que demanda, por exemplo, negativação de carbono, não só neutralização – sejam elas listadas em bolsa, grandes empresas ou instituições públicas ou privadas ou sua rede de fornecedores. O CNQA – Comitê Nacional da Qualidade ABES já engaja desde 2022, várias organizações do setor, como usuárias do Modelo de Excelência em Gestão ESG do Saneamento Ambiental – o MEGSA ESG –, para avaliar e melhorar a maturidade dessa gestão, e do rating “ABES ESG Index”, para medir o alcance do conjunto das ações ESG da organização, alinhados aos ODS da ONU e aos melhores sistemas de indexação do mundo. O Painel abordará como esses instrumentos podem trazer ganhos reais para empresas e instituições.
Os convidados para abordar o assunto foram Allan Borges Nogueira, gestor de ESG da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Livia Soalheiro, gerente de ESG do Grupo Águas do Brasil, Luciana Barbosa Silveira, gerente da Unidade de Serviço de Desenvolvimento Sustentável da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Ronald Gervasoni, gerente de Educação Socioambiental da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar); Luciano Gois Paul, diretor-presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Ana Lúcia Scavassini Santos, gerente do Departamento de Planejamento e Relações Comerciais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e Manuelito Pereira Magalhães Jr, diretor-presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) Campinas. A moderação foi feita por Samanta Tavares de Souza, secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento Básico do Estado de São Paulo/coordenadora da CNQA.
Ana Lúcia classificou o painel como “uma pós-graduação em poucas horas” devido ao alto nível de discussão. “Você ouve empresas renomadas e pessoas executivas de todos níveis falando do ESG como o ar que a gente respira. Se essas empresas de saneamento se juntarem para trabalhar as boas práticas sociais, ambientais e de governança, a gente de verdade vai entregar o que precisa para a população: saúde, respeito, meio ambiente, boas práticas de governança e engajamento social. Então, acho que o painel de hoje foi extremamente providencial, por isso também tinha muita gente assistindo. Isso é esperança, esperança de que as empresas de saneamento estão se juntando para entender e aprender que o ESG já existia. A gente está aprendendo a lidar com ele e a fazer cada vez o melhor dele”, avaliou.
Samanta Souza, mediadora da conversa, afirmou que as apresentações de especialistas na área reforçam a importância de práticas ESG na melhoria da gestão no saneamento. “Ficou claro que as empresas estão envolvidas nesse tema e que identificaram que é uma alavanca pro setor. A partir de hoje, é só cada vez mais investir nesse sentido, buscando trazer a sociedade para dentro das soluções, atendendo com responsabilidade e muita transparência e, acima de tudo, com práticas sustentáveis tanto do ponto de vista ambiental quanto do ponto de vista econômico-financeiro”, explicou.
Segundo a especialista, há um potencial muito grande de alavancar as práticas de governança, especialmente em relação à regulação e ao marco legal. “Ele [marco legal] traz mais oportunidades de nos adaptarmos ao mundo regulado, em que as empresas concessionárias ainda sentem dificuldade de atuar”, concluiu Samanta.
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