Realizada nesta quinta-feira (18), evento online focou no ESG Index, certificado desenvolvido pela entidade, por meio do CNQA, que auxilia na referência de indicadores nas organizações do setor de saneamento, facilitando a aplicabilidade de metas ambientais, sociais e de governança.
O Novo Marco Legal do Saneamento prevê a coleta de esgoto para 90% da população no Brasil até o fim de 2033. Na outra ponta, um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, o de número 6, ressalta que até 2030, haja “o acesso universal e equitativo à água potável e segura para todos”. Então, como é possível alcançar essas metas? Qual é a visão do consumidor em relação a essas corporações? Como o setor pode mensurar esses avanços e entregá-los aos seus investidores?
Estes e outros muitos desafios para cumprir as metas ESG (Environmental, Social and Governance, sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) foram discutidos durante a Sessão Especial 5, intitulada ESG ABES Index, promovida online pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, integrando o Brasil Water Week, BWW 2022 – Semana da Água do Brasil, o mais importante evento internacional sobre água realizado no país. A BWW acontece entre os dias 23 e 27 de maio. Inscreva-se aqui.
Transmitida pelo canal da ABES no YouTube, nesta quinta (19), a conversa foi moderada por Samanta Souza, coordenadora do Comitê Nacional da Qualidade em Saneamento (CNQA) da ABES. Os convidados para discorrer sobre o tema foram Carlos Schauff, consultor da ABES – Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS) e diretor técnico do IPEG (Instituto Paulista de Excelência da Gestão); Sandro Adriani Camargo, coordenador da Câmara Temática de Indicadores de Desempenho para o Saneamento Ambiental da Associação e assessor da Presidência da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), e Claudio H. Ternieden, diretor de Assuntos Governamentais e Parcerias Estratégicas da Water Environment Federation, WEF (Senior Director Government Affairs and Strategic Partnerships Water Environment Federation Alexandria, Virginia– EUA).
O foco do webinar foi falar do ESG Index ABES, ferramenta criada pela ABES, por meio do CNQA, que teve suas atividades iniciadas em dezembro do ano passado e pode ser um instrumento pertinente para medir como andam as metas ESG nas corporações do setor de saneamento. Schauff explicou que o ESG Index conta com três frentes: o desenvolvimento da cultura ESG, o intercâmbio de boas práticas e a atração de investimentos.“O saneamento é em si vocacionado para o ESG. Por conta de seus avanços, tornando-se ESG 2.0, ou seja, com a tecnologia com papel importante, o ESG Index é um dos instrumentos para ajudar a mensurar essas metas. As corporações que a adquirem, podem fazer um ranqueamento das ações ESG com base nos 17 ODS, numericamente, em graus globais para gestão”, ressaltou o profissional. Segundo o material disponível no site do PNQS, “a obtenção do certificado correspondente ao grau obtido é após auditoria do Analista ESG designado pela ABES”.
Sandro Adriani Camargo, por sua vez. destacou que a ferramenta, por ser fácil, poderá auxiliar na elaboração dos relatórios de sustentabilidade, englobando indicadores como os próprios ODS e os do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento): “A ferramenta, além de auxiliar nessas métricas, também mensura outros propósitos, como compras por performance, contratação de mulheres em cargos de liderança, por exemplo”, frisou. Conheça o ESG Index ABES.
Para Claudio H. Ternieden, o ESG já é naturalmente incorporado no DNA das companhias de água e esgoto globalmente. Porém, os desafios estão presentes em várias frentes, como a aplicabilidade da economia circular e a inclusão desses propósitos por todos os atores, seja dos novos funcionários seja os já envolvidos dentro das empresas.
“Nos EUA, usamos um termo que se não medimos algo é porque não está acontecendo’. Isso é uma verdade, pois se não sabemos esses números, precisamos de alguém que os faça. Lembrando da sigla ESG, todas as métricas são importantes. As métricas ambientais e sociais já contam com boas formas de avaliação, porém penso que nas de governança temos dificuldades”, considerou Ternieden. “É essencial que todos os envolvidos dentro de uma corporação tenham em mente essas métricas, o que inclui os prestadores de serviço terceirizados”, reforçou o especialista, exemplificando o que ocorre dentro da WEF, por meio do seu núcleo de Advocacy. Greenwashing, mudanças climáticas, Blockchain nas medições e a melhoria dos indicadores ESG foram os outros pontos levantados no momento das perguntas feitas pelos participantes.
Assista a íntegra deste webinar, clicando aqui.
Ao todo, foram realizadas seis sessões especiais gratuitas, que podem ser acompanhadas pelo ABES Conecta, no canal da Associação no YouTube (acesse aqui). As atividades antecederam à Brazil Water Week, que será entre os dias 23 a 27 de maio, com cinco dias de sessões reunindo 110 especialistas do Brasil e de outros 19 países, em uma plataforma exclusiva e interativa. Saiba mais aqui