Painel de benchmarking do PNQS reforça o intercâmbio de excelência entre companhias de saneamento

Dando sequência ao benchmarking iniciado nesta quarta-feira (26), no PNQS, a programação contou com outro momento central do ciclo com mais um Painel Benchmarking na Prática, dedicado à troca direta de experiências, métodos e soluções entre companhias de diversas regiões do país. No palco, representantes de operações avaliadas e premiadas aprofundaram a apresentação de práticas reais de gestão, inovação e eficiência, reforçando o caráter vivo, contínuo e colaborativo do “Oscar do Saneamento”.

O painel foi mediado pela Sheila Barbosa Martins, engenheira da CEDAE, que saudou o público e destacou a potência do benchmarking como ferramenta de transformação: “Quando olhamos para a companhia vizinha e conseguimos usar o case dela para melhorar a nossa, estamos cumprindo o propósito do PNQS”.

A seguir, os destaques apresentados por cada organização:

A gerente regional de Porangatu, da Saneago, Leydianne Godinho Silva, relatou os desafios de operar em uma região marcada pela escassez hídrica e pela sazonalidade dos poços, que chegam a secar por até seis meses. Segundo ela, o PNQS permitiu aprimorar o planejamento e fortalecer processos internos. Ao analisar o case da Águas de Nova Friburgo, ressaltou o modelo de inovação da operadora, que mantém um sistema estruturado de fomento às ideias, com formação desde a entrada dos colaboradores, parcerias com universidades e forte cultura de responsabilidade socioambiental, com programas como Lixo Zero e Árvores do Amanhã.

Representando a Águas de Nova Friburgo, Luís Felipe Gonçalves destacou diferenciais do grupo Aegea, entre eles um modelo de gestão que conecta estratégia e pessoas por meio de linguagem visual simples e acessível. Apresentou ainda o MOA – Modelo Operacional Aegea, processo dinâmico que documenta práticas, integra áreas e evolui com novas tecnologias. Também citou o Aegea Hub, plano de inovação estruturado em três territórios, que fortalece a cultura de aprendizado contínuo.

Na sequência, a Águas de Pará de Minas, apresentada pelo mesmo representante, trouxe o exemplo do Distrito de Inhumas, da Saneago, reconhecido por índices expressivos de perda – um dos mais baixos do país – e por seu sistema de gerenciamento de riscos. Gonçalves destacou o comitê setorial de compliance e a metodologia abrangente que garante uniformidade de práticas em toda a companhia.

O gerente da unidade de Inhumas (Saneago), Lauro Barbosa, reforçou o orgulho da equipe ao completar sete anos de participação no PNQS e consolidar todos os níveis do prêmio. Com perdas atuais de 13% e meta de chegar a 10%, ele enfatizou a importância de fazer o conhecimento circular e de fortalecer grupos de desenvolvimento operacional. “O PNQS nasce do exercício da liderança”, afirmou.

A gerente do Distrito de Ceres (Saneago), Milaida Ribeiro Lima, destacou o case da Agreste Saneamento, especialmente o projeto de aproveitamento sustentável do lodo das estações de tratamento de água. O resíduo, tradicionalmente desafiador no descarte, é doado a olarias para a produção de tijolos ecológicos, iniciativa que une economia circular, responsabilidade ambiental e impacto social. Também mencionou práticas de educação ambiental e mecanismos de escuta ativa da comunidade.

Anfitrião em Campinas, Gustavo Arthur Michelin Prado, da Sanasa, apresentou os aprendizados trazidos pela análise da Águas de Guariroba. Ele destacou o modelo operacional robusto da companhia, sua academia de formação técnica e a “mandala de cultura”, que integra competências, comportamentos e propósito organizacional. Também elogiou o uso avançado de inteligência artificial na gestão de ativos, com vigilância inteligente, controle energético e centros de operação otimizados.

Dênis Santos, da Águas de Guariroba, retribuiu trazendo o case da Sanasa, sobretudo o uso de IA para identificar vazamentos não visíveis e reduzir perdas. Destacou ainda ações de descarbonização, como retrofits que convertem processos anaeróbios em aeróbios nas estações de esgoto, e iniciativas sociais que ampliam o acesso à água em áreas vulneráveis. “A jornada da Sanasa no PNQS mostra que eficiência e impacto social caminham juntos”, afirmou.

Fechando o painel, Ângela Lins, da Agreste Saneamento, apresentou sua avaliação da unidade de Ceres, da Saneago. Ela destacou o baixo índice de perdas 9,35%, a maturidade gerencial e os resultados consistentes da unidade. Também citou práticas de sustentabilidade e inovação, como a destinação ambientalmente adequada do lodo, o projeto “Faça o Seu Papel”, voltado à digitalização, e o “Ceres Cria”, que estimula a geração de ideias via QR Code e prototipagem.

Com troca intensa de metodologias, tecnologias e visões operacionais, o painel de benchmarking reafirmou o valor do PNQS como plataforma nacional de aprendizado e melhoria contínua. O evento segue em Campinas com mais apresentações, debates e cases que refletem o compromisso de todo o setor com a universalização do saneamento e a excelência na gestão.